Como de costume de uns anos pra cá, venho postando nossas viagens de férias que fazemos sempre em agosto. O mês é ótimo para otimizar custos porque é de baixa temporada, não costuma chover, na maioria das regiões o clima é estável e, cá entre nós, é um mês que parece ter 45 dias.
Esse roteiro foi pensado a partir de Maceió, Alagoas, onde se encontra a segunda maior barreira de corais do mundo, ou seja, praias com grandes piscinas naturais, águas mornas e tranquilas e com grandes opções de mergulho com cilindro ou apenas de flutuação, ambos indicados inclusive para quem não sabe nadar.
Quando começamos a pesquisar, vimos que a partir de Maceió tudo é tão pertinho que resolvemos esticar um pouco os dias e utilizar dois pontos de apoio para de hospedar: Maceió, no meio do Estado e Maragogi, que fica ao norte, fazendo divisa com Pernambuco.
Em nossas pesquisas também vimos que os passeios dependem muito do clima e da taboa das marés. Na região, o inverno ocorre entre março e agosto e se caracteriza pelas chuvas, o que dificulta fazer bons mergulhos por deixarem a água não tão cristalina como se vê nas fotos dos turistas que visitam a região. Mesmo assim, a temperatura é muito agradável e a água é morninha durante o inverno.
Pois bem, definimos o meio de agosto para garantir que não encontraríamos muita chuva e nos programamos de acordo com a taboa de marés no período, optando por se hospedar primeiro em Maragogi e depois em Maceió. Se não souber como funciona a taboa das marés e mergulho, clique aqui.
Alugar ou não alugar carro?
Não vale a pena. Para se chegar nas praias as estradinhas são esburacadas, com poças. Colocando na ponta do lápis, mesmo com kilometragem livre, há riscos. Perde-se tempo, aos que bebem traz certa limitação e soubemos de um caso na pousada que ficamos de um hóspede que enquanto dirigia num dos trajetos uma pedra pegou o farol e o quebrou. Prejuízo de R$ 450,00!
Vou detalhar nosso roteiro com dicas, erros e acertos, indicações e valores. Fomos em dois casais, o que reduziu bastantes nossos gastos.
São Paulo a Maragogi
Como chegamos
Nosso lema é economizar. Descobrimos que para chegar em Maragogi, o melhor a se fazer é ir pelo aeroporto de Recife. A Real Alagoas faz o trajeto e para quem vem por Recife, pode pegar o ônibus em frente ao aeroporto numa praça que fica a cinco minutos de caminhada ou pegar na rodoviária pelo valor de R$ 58,00 para o casal.
Chegamos de madrugada no aeroporto, o ônibus passaria na praça por volta das cinco da manhã, mas nos sentimos desconfortáveis em seguir à pé até a praça. Decidimos pegar um taxi até a rodoviária, o que nos custou R$ 30,00 por casal e o trajeto foi de 20 minutos.
Más impressões em Recife: ao chegar na rodoviária de madrugada nos deparamos com abandono e um forte cheiro de urina. Fomos até o guichê da Real Alagoas e pegamos o ônibus pinga-pinga caindo aos pedaços que vai parando na estrada. Uma viagem que duraria 2 horas, nos tomou 3 debaixo de desconfiança. Estávamos com bagagem, subia e descia um pessoal esquisito e certamente não foi uma boa escolha.
Recomendações: não chegue de madrugada, a não ser que tenha um receptivo contratado. Se chegar durante o dia, use o ônibus tranquilamente, mas o Expresso. Isso descobrimos depois, conversando com o pessoal da pousada. Certifique-se do lugar que será seu desembarque e acerte um transfer com a pousada. Geralmente as hospedagens ficam na orla ou próximas da orla e a distância da estrada até ela chega a 1 km.
Más impressões em Maragogi: para começar o ônibus pinga-pinga nos deixou na beira da estrada por volta das 7 da manhã. Atravessamos para o outro lado da estrada e pegamos uma rua sem asfalto, casas muitos simples, tudo muito esquisito. Nenhum taxi. Passamos por um ponto de vans que fazem transporte na região, o que no caso, foi nossa sorte. Nos viram perdidos e nos ofereceram uma carona até a pousada por R$ 15,00 o casal. Durante o trajeto nos perguntávamos se tínhamos feito a escolha certa em se hospedar na cidade. Serei sincera: mal planejada, casas simples e construídas desordenadamente, muitas das ruas sem asfalto, inclusive a da pousada que ficamos.
Hospedagem
Muitos vão à Maragogi e já pensam logo nos resorts que são caríssimos e chiquérrimos que dá até pena de sair de lá para conhecer a região. Como nosso perfil é de turista que gosta de conhecer ao máximo com pouca grana, optamos por pousada. Nossa escolha não poderia ter sido melhor pelo custo benefício. Maragolfinho fica pertinho da orla, cinco minutos a pé do centrinho, tem mercadinho ao lado e nos permitem abastecer o frigobar: boa, barata, equipe nota dez. Reservamos pelo Booking, veja aqui.
Chegamos antes do checkin, mas nos permitiram tomar o café da manhã sem custo. Assim que nossos quartos foram desocupados nos deixaram entram antes do horário. A pousada é simples e bem aconchegante. No primeiro dia ficamos no prédio onde tem a recepção e onde servem o café, mas nos demais dias pedimos para ficar no anexo que fica em frente e é onde está a piscina. Aí sim! Estrutura novinha de três andares com varanda de vidro e vista para a piscina e ao longe o mar.
O café da manhã é farto, janela com mar ao longe, e tem uma tia muito fofa que passa nas mesas e faz tapioca no sabor que escolher, na hora, fresquinha.
Depois de descansarmos o dono nos levou em sua caminhonete até o Restaurante Maragolfinho que também é da pousada e fica na orla, no centrinho. Almoço justo. Como eles também tem um catamarã, de lá partem os passeios para os Mergulhos nas Galés. Quem se hospeda na pousada tem desconto. Economia!
Olha o dono da Maragolfinho aí, gente!
Passeios
Toda pousada tem parceiros de turismo e nós demos sorte. Havíamos pesquisado depois do almoço pela orla os valores e as empresas e optamos por escolher a indicação da Maragolfinho, a ValTur.
A empresa é pequena, mas tem loga experiência porque o Val, guia e dono, trabalhou em outras agências por muito tempo, ou seja, tem experiência, carros vip e vans novas e o atendimento mais personalizado que tivemos de todas as viagens que fizemos.
Com o Val decidimos, de acordo com a taboa das marés, o melhor dia para cada passeio e ele nos deu dicas valiosas do que fazer e do que não fazer em Maragogi, porque muitos passeios são pega turistas, principalmente os de buggy intitulados de 7 praias (fuja desse passeio). Como estávamos em dois casais, conseguimos fechar os passeios em carro privativo por valor menor do que se tivéssemos fechado em outras empresas indo com van, ou seja, saíamos e voltávamos tranquilos curtindo bem mais e podendo até estender um pouco no horário.
Detalhe: pagamos tudo aos final no cartão de débito.
Olha o Val aí, gente.
O que fizemos estando em Maragogi
Aqui uma lista rápida dos passeios de dia inteiro, transfer vip, valores por casal. O link dos posts com descrição, custos extras e fotos coloco assim que postar:
Pela Maragolfinho
- Galés de Maragogi - R$ 100,00
Pela ValTur
- Porto de Galinhas, Pernambuco - R$ 115,00
- Porto das Pedras, Projeto Peixe Boi e São Miguel dos Milagres - R$ 90,00
- Carneiros - R$ 100,00
- Bugalhau e Ponta de Mangue - R$ 30,00 (não está na lista das empresas de turismo, mas é a melhor praia para banho e para relaxar)
Indicado pelo Val,
- São Bento e Restaurante do Mano - o restaurante veio nos buscar na pousada sem custo. Excelente para almoçar e tem o filé de lagosta mais barato da região.
Olha o Mano ai, gente!
Considerações e dicas sobre estadia em Maragogi:
- Escolha mergulhar em Maragogi e não em Porto de Galinhas onde a visitação não é controlada e as águas ficam turvas pelo grande acesso de turistas. Opte pelo passeio de buggy e tome banho em Muro Alto, melhor praia da região de Porto. Na volta para Maragogi, pare no O Rei das Coxinhas.
- Galés de Maragogi: sem snorkel é perda de tempo,mas lá pode alugar. Se tiver como levar seu próprio snorkel, leve. Aluguei, mas fiquei com 'nojinho', mesmo dizendo que higienizam.
- Em Carneiros, ao lado do restaurante de apoio Bora Bora tem uma piscina natural onde se pode alugar snorkel por R$ 10,00 e ainda ganhar um copinho de camarões para atrair os peixinhos. Vi mais peixinhos ali, do que nas galés. Lembre-se do snorkel alugado e leve o seu (nojinho).
- Apesar de esquisita e mal planejada, a cidade é segura. A quantidade de motos de 50 cilindradas assusta, mas lá são como bicicletas e até crianças pilotam por não precisar de documentação ou habilitação.
- separe um dia ou dois para relaxar e para os passeios não convencionais como Ponta de Mangue e o almoço no Restaurante do Mano.
- Snorkel: se quiserem comprar em Maragogi, o preço é ok e mais em conta do que os modelos disponíveis pela internet. Custam em torno de R$ 80,00. Vale o investimento se quiser comprar, pena que soubemos disso quando já tínhamos mergulhado nas galés.
Dica de algo que fez toda a diferença: Câmera de ação subaquática.
A mais indicada é a famosa GoPro, mas como queríamos algo em conta e bom, depois de muita pesquisa e comparações entre os modelos disponíveis, encontramos a SJCAM 4000 com Wifi. Ela é chinesa, tem acessórios compatíveis com a GoPro e vem com vários acessórios como caixa estanque e suportes. Compramos na Bia Eletrônico que vende a SJCam original por R$ 560,00. Certifique-se de que a câmera que está levando é original consultando o firmware, o número que vem na caixa. Tem vários tutoriais no youtube de como usar e a comparação das filmagens entre a chinesa e a GoPro. Essa câmera fez toda a diferença nos mergulhos que fizemos.
Maragogi a Maceió
Como chegamos
Partimos pela manhã em carro vip pela ValTur que nos custou R$ 100,00 o casal por uma viagem tranquila de aproximadamente 2 horas. Chegamos debaixo da maior chuva que Maceió já teve nos últimos anos, segundo o pessoal do hotel. A chuva? O tempo estava cinza, fechado e com garoa. Nada que assustasse a nós, turistas paulistas, a não ser o fato de que o clima atrapalharia o restante do nosso roteiro.
Hospedagem
Escolhemos uma pousada baratinha, na Praia Ponta Verde, uma das melhores para se hospedar por a sua orla é tranquila, agitada e com várias opções de comidinhas para o jantar, já que durante o dia os almoços são durante os passeios. A região também fica ao lado da praia de Pajuçara, centrão badalado da capital, onde tem a famosa feira de Artesanato.
Ficamos hospedados no Gogó da Ema e fechamos pelo Booking, depois de ler muito as indicações, veja aqui. Mesmo com boas indicações, estando em lugar privilegiado, a pousada não nos deixou boas impressões. Nos colocaram num quarto com cheiro de mofo, velho. A pousada tem um clima meio 'sujinho' e precisa de reforma e mais cuidado.
O café é ok e é servido no restaurante da pousada que fica ao lado. Não almoçamos ou jantamos lá, ou seja, não tenho como indicar.
Passeios
Por ser na capital, esperava mais da pousada ao nos indicar e falar dos os passeios, diferentemente de Maragogi. Os funcionários eram despreparados e só nos indicavam a empresa parceira sem muita profundidade. Senti que estavam apenas interessados na comissão pela indicação. Mesmo assim, a empresa de turismo foi muito boa, e pelo visto, umas das melhores. Fizemos todos os passeios com a Maceió Turismo, mas dessa vez, nada de tratamento vip. E sair de van sabe como é: torcer para ser o último hotel a ser pego e o primeiro a ser deixado na volta.
O que fizemos em Maceió
Como chegamos debaixo de chuva fraca, aproveitamos para conhecer a região à pé e pesquisar os passeios e melhores dias para fazê-los. Já vínhamos de Maragogi com várias experiências e pudemos fazer uma triagem do que valia ou não a pena fazer.
Obrigatório, Gunga por ser uma das praias mais lindas do Brasil e dar uma chegada na Foz do Velho Chico e ver o encontro do rio inteiramente brasileiro com o mar.
Aqui também a lista rápida dos passeios de dia inteiro, com valor de van por casal. O link dos posts com descrição, custos extras e fotos coloco assim que postar:
Pela Maceió Turismo, fizemos dois passeios ao sul da capital, pagos no cartão de crédito
- 3 Praias (Francês, Barra de São Miguel e Gunga) - R$ 50,00
- Dunas do Marapé - R$ 180,00 transfer com almoço
- Foz do São Francisco - R$ 80,00
nesse passeio é obrigatório o cataramã + almoço por R$ 100,00 o casal e é pago lá, em dinheiro.
Abaixo, o catamarã no São Franscisco.
Nos ofereceram o passeio à Hibisco, seguindo ao norte, mas por se tratar de praia particular na qual se deve pagar para entrar e a paisagem era a mesma do que ja tínhamos visto, optamos por não fazer. Escolhemos conhecer o norte de Alagoas, a partir de Maragogi.
Tínhamos dias vagos que reservamos para passear na orla e outro para comprinhas na Feira do Pajuçara.
Considerações e dicas sobre estadia em Maceió:
- Cidade grande, boa infraestrutura, bons restaurantes.
- Como viemos de Maragogi, não vimos necessidade de mergulho na capital. As praias não são muito boas para banho.
- Noite agitada com boas opções, mas também bacana para quem quer sossego depois de um dia agitado de passeios.
- A segurança deve ser levada com cuidado. Vimos trombadinhas sendo abordados por policiais nas imediações da feirinha do Pajuçara. Cuidado com sacolas.
- Pesquise e pechinche nas compras. Sempre tem algum lugar que vende a mesma coisa por menos.
- Água de coco por R$ 2,00, mas alguns ambulantes vendem por R$ 5,00 quando vê que é turista.
Finalizando
No geral o planejamento e a pesquisa foram essenciais para que desse tudo certo. O que eu faria diferente? Diminuiria um dia em Maragogi e dois dias em Maceió e incluiria duas pernoites em Piranhas para conhecer o Canyon do São Francisco e a Rota do Cangaço no sertão nordestino entre Alagoas e Sergipe. Espia aqui. Disseram que dava para fazer o Canyon no bate e volta, mas passa-se muitas horas na estrada para apensa duas no passeio. Cansativo.
Sobre alimentação, duas dicas, tanto para Maragogi como para Maceió:
- os pratos para dois nos restaurantes servem tranquilamente quatro pessoas e se faltar, é só acrescentar com alguma uma porção que dá certo.
- não peça carne vermelha. A região é para se comer peixe, e tem de todo jeito e tipo, mas carne vermelha, esquece. No máximo, se enjoar, arrisque num franguinho.
Não esqueçam de entrar nos links para ver os passeios detalhado e lógico, divulguem. Se fizerem esse roteiro, ou parte dele, comente aqui suas dicas, críticas e sugestões.
Fiquem com essa panorâmica de Dunas do Marapé ao sul de Maceió. Outro encontro de rio com mar.
Até a próxima trip!
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